quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Responsabilidade Social do Marketing

Em praticamente todos os setores da sociedade a mão do marketing se faz presente. Contudo, as conseqüências negativas de boa parte de seus feitos e produtos nem de longe lhe afeta. Joga os seus “filhos” para o mundo criar...e que se vire o mundo!

Vivemos um momento de transição de valores e cada setor da sociedade precisa fazer o seu mea culpa e assumir o seu papel nas transformações que queremos ver acontecer. É chegada a hora de o marketing se posicionar quanto a sua responsabilidade social!

Situemos o marketing destacando duas definições à abordagem pretendida, a propósito:

Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício.
(KOTLER e ARMSTRONG, 1999).

Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (AMA - American Marketing Association - 2005).

Pois bem, a grande habilidade dos marketeiros está justamente em ampliar o leque de atuação, a fim de justamente criar demandas que possam propagar suas ações e gerar receitas. Temos hoje o marketing empresarial, esportivo, social, cultural, político, eleitoral, endomarketing, e afins. É o polvo das profissões!

Contudo, o fim a que se destina há muito está distorcido e não há qualquer restrição a respeito. Todos os atores sociais de alguma forma são responsáveis pelas suas ações. Menos o marketing! Até por sua habilidade inata, sai ileso. Chegou a vez de cortar a própria carne.

Vejamos:
- Uma ação de marketing, encarregada de levantar todas as repercussões redunda na comercialização de um produto que gera risco à saúde da população e logo é proibido, pois se ocultaram os seus males;

- A "venda" de um candidato(a) probo, honesto, promissor, mas depois de eleito trai o voto recebido, seja pelas promessas não cumpridas - apresentadas com requinte e sedução – seja pela "ficha suja" que fora oculta;

- O desenvolvimento de uma ação de responsabilidade social que nada mais é do que uma exigência prevista em lei, ou seja, uma obrigação social, mas que vem apresentada na forma de benesse institucional;

Pergunto: Onde está a satisfação do cliente em forma de benefício? E a entrega de valor ao "cliente", de modo a que beneficie a organização (essa, sim, sempre se beneficia) e o público interessado? Isso, na prática, não existe mais!

Somos compelidos a comprar coisas de que não precisamos, consumimos produtos que nos fazem mal à saúde, somos induzidos a votar numa pessoa sem a mínima preparação para exercer um mandato e que vai gerir nossas vidas por 4 ou 8 anos, somos manipulados por números (pesquisas, dados estatísticos e balanços) que não traduzem a verdade. Tudo sem a satisfação, o benefício e/ou o valor ao público interessado. Com o devido respeito, isso não é marketing, isso tem outro nome.

A propósito, interessante a análise: "Não utilize o marketing na gestão de pessoas, pois ele não tem compromisso com a verdade, que é uma das bases que sustenta as relações humanas"

Se todas as suas ações têm repercussão de cunho social, não se pode negar que já é tempo de o marketing assumir a sua responsabilidade social, firmar um compromisso com a sociedade, com seu público-alvo, que é a sua razão de existir. Há que haver o mínimo de ética na atuação do setor, respeito aos valores que estão em jogo: a vida, a saúde, o meio-ambiente, a cidadania e a Nação.


Não podemos mais ficar inertes e nos submeter às "genialidades" que possam nortear o nosso agir, nosso presente e nossos destinos. Não o vejo como um vilão, mas tem se comportado como tal – habilmente oculto - pois hoje joga os seus "filhos" para o mundo criar...e que se vire o mundo!

Ora, tenho o marketing como um parceiro em todos os projetos, eu o quero nas horas boas e ruins, dividindo os louros da vitória e crescendo com as derrotas, mas, principalmente, comprometido com as responsabilidades decorrentes do alcance de sua ações e fiel aos seus propósitos conceituais - ou assumam as práticas atuais.

Mas nessas horas vem sempre em mente o programa de TV  "Topa tudo por dinheiro".

Penso que chegou a hora da reflexão, agora!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Poder da Integração


Quem já não utilizou a expressão "eu não preciso de ninguém" ou "eu me viro sozinho"? Muitas vezes achamos que somos capazes de abraçar o mundo e esquecemos o quanto os nossos braços são curtos para tamanha tarefa.

Estar e agir só é uma questão de escolha, embora não muito eficiente. Em todas nossas atividades cotidianas compomos um grupo. O grupo dos amigos, do futebol, do vôlei, do trabalho, da escola, da família, dentre outros. Em cada um deles desempenhamos uma tarefa diferente. Entretanto, com cada um deles temos responsabilidades com os objetivos coletivos.

A propósito: Como superar os momentos difíceis da vida, sem o apoio do ombro de um amigo? Como ficaria o desempenho do time de futebol se faltássemos à partida? Qual seria o nível da equipe de vôlei se não treinassem a jogada ensaiada? Quais seriam os resultados de uma empresa se cada um não desempenhasse suas tarefas? O que restaria da união familiar se não compartilhássemos nossos problemas? O que seria de uma relação se não expuséssemos nossas emoções?

A integração deve ser vista como um gesto de reciprocidade, na forma do "é dando que se recebe". Ao cumprirmos com a nossa parte, por certo, estaremos colaborando com o grupo, cujos demais integrantes também irão se motivar para cumprir as suas, propiciando um resultado coletivo que permitirá a superação das metas e a partilha dos benefícios alcançados.

Poder contar com alguém significa somar esforços, subtrair obstáculos, dividir responsabilidades, multiplicar resultados e potencializar a capacidade, visando a um denominador comum. Na vida, nem tudo é exato como a matemática. Ainda bem, assim podemos desenvolver nossa flexibilidade em prol de nossos compromissos pessoais e coletivos.

Algumas tarefas nos foram designadas na vida param serem resolvidas individualmente, outras tantas para serem solucionadas em conjunto. Pois bem, pratique a integração! Já diz o ditado: "a repetição é a mãe da perfeição."

Thomas Edson fez 2 mil experiências para inventar a lâmpada. Um repórter o questionou sobre o que pensava depois de tantos fracassos. No que respondeu:

"Não fracassei nenhuma vez. Inventei a lâmpada. Acontece que foi um processo de 2000 passos."

Portanto, dê o primeiro passo! Estenda a mão! Busque a Integração!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Realismo Motivacional

Hoje muito se discute a respeito da importância da motivação na vida das pessoas. Diversas técnicas foram abordadas e muito se tem investido para que o desenvolvimento das empresas e das pessoas seja impulsionado por essa tal de motivação. A grande justificativa para nossos sucessos e fracassos é a presença ou a ausência de motivação. A palavra da moda, sou um exemplo profissional, um ótimo amigo, um excelente amante, grande atleta, é porque tenho dentro de mim a motivação. Mas se não tenho dinheiro, não tenho trabalho, estou sozinho, não rendo o necessário em minha atividade, é porque me falta motivação.

Parece que tudo gira em torno dessa palavra. Contudo, sinto em lhes dizer que aquilo que por muitos foi tratado como elemento de um "segredo" a desvendar, jamais foi um mistério. Ele sempre esteve conosco, nós é que não soubemos, ainda, explorar todo o seu potencial. Justamente por não termos dado-nos conta de abordá-la de uma forma apropriada, clara, simples e objetiva.

Vamos começar, então, por dissecar a motivação, definindo-a:

Definição: É o desejo, baseado em emoção, que impulsiona todas as ações, dando intensidade, direção e perseverança a pessoa para o alcance de uma determinada meta.

MOTIVAÇÃO = MOTIVO (causa) + AÇÃO (mudar de um estado à outro)

A motivação que efetivamente funciona é aquela que vem de dentro pra fora, é instríseca do indivíduo, está calcada nas suas raízes, nos seus valores, nas suas regras, nas suas referências, na sua sensibilidade, na sua percepção, nas suas pretensões de ser e de ter. Não existem fórmulas mágicas, produtos prontos, algo que possa ser disseminado em larga escala como sendo a fonte de libertação de todos os "motivos para agir".

Cada pessoa tem as suas peculiaridades, modos, maneiras, diferenças de pensar e agir. Portanto, não podemos oferecer água a quem tem fome, tão pouco comida a quem tem sede. Precisamos atentar a essas especificidades, as individualidades, bem como ao meio e o contexto que circundam cada pessoa. Nesse esteira, necessário se faz sermos precisos, pois o mundo não para para corrigir os desacertos, apenas nos informa acerca da oportunidade perdida.

Se não estamos dispostos a desperdiçar oportunidades, convém ampliarmos nossa visão, sem, contudo, tirar os pés do chão. É justamente nisso que consiste o ponto de partida e a essência do nosso desenvolvimento pessoal, como referimos de início: a base está no auto-conhecimento.

E a motivo para agir que tanto buscamos está em cada um de nós e nos exige em começar a desmistificar a motivação, sem roupagens, sem máscaras, sem devaneios, sem fábulas – em que pese sejam úteis, embora não sejam precisas. Devemos trazer à tona a realidade que nos cerca, que nos envolve, que faz parte do nosso dia-a-dia, de nossa vida. Somente se partirmos para o REALISMO MOTIVACIONAL é que vamos conseguir encarar com determinação, ambição e foco, os desafios que nos são postos.

O amor, a amizade, a família, o trabalho, a saúde, enfim, tudo deve ser visto e tratado com realismo. Nosso motivo para agir deve estar calcado na realidade de cada situação e contexto, para que possamos pensar, agir e reagir rápida e objetivamente em prol dos resultados almejados. Não podemos dar voltas e criar cascas de proteção, tão pouco divagar ou protelar aquilo que emerge a nossa frente. Ou encaramos os fatos de forma transparente e realista ou vamos nos contentar com recursos e motivos temporários e sem eficiência.

O Realismo, segundo o Dicionário, é a disposição para pensar e agir de acordo com a realidade das coisas ou dos fatos, repudiando os planos irrealizáveis ou visionários; sentido da realidade; modo de proceder oposto ao idealismo.

A finalidade do Realismo Motivacional é despertar as pessoas a serem eficientes, precisas, objetivas, a buscarem o seu motivo para agir, a motivação, em algo palpável, tangível, que possa ser efetivo e servir de meio útil ao fim pretendido. O simples fato de fazer o indivíduo pensar naquilo que o circunda e a agir conforme a realidade das coisas e dos fatos do seu meio, o impulsiona a um movimento positivo, direto e construtivo, pois as ferramentas que utilizará serão apropriadas àquela situação específica. Isso lhe possibilita fazer uso dos meios que estão à sua disposição, de acordo com as suas habilidades e capacidades, sem deixar de considerar suas deficiências.